Policiais
federais pediram na manhã de hoje (9), na capital federal, mudanças nos
processos de investigações criminais e o fim do inquérito policial. Para
simbolizar a reivindicação, eles usaram um balão inflável no formato de um
elefante branco, de quase 3 metros de altura, onde está escrita a expressão
“inquérito policial”.
“No mundo todo, somos o único país que trata a
questão criminal com esse instrumento. Será que somos os únicos certos ou será
que estamos ultrapassados? Isso tem que acabar. Polícia tem que investigar,
relatar e passar os fatos para o Ministério Público. Polícia não tem que
julgar”, defendeu o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito
Federal (Sinpol/DF), Jonas Leal.
Durante todo o dia de hoje (9), um grupo de
agentes ficará em frente à Torre de TV, uma das principais atrações turísticas
da cidade, para iniciar a campanha na capital federal. Nos próximos dias, os
moradores de Brasília poderão se deparar com o balão, que será instalado em
diferentes locais da cidade. O elefante branco já passou pelas capitais São
Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Agentes federais relataram que o inquérito tem
sido usado em ações corruptas. Segundo eles, o processo facilita o objetivo de
pessoas que têm interesse em retardar o julgamento de crimes ou ainda esconder
as investigações. “As consequências do inquérito são sempre a impunidade e
corrupção”, disse Leal.
O presidente do Sinpol/DF acrescenta que o
procedimento representa pouca qualidade na apuração dos fatos. Ele lembra que,
durante o inquérito, não existe direito de defesa das partes acusadas. “É só
inquisitório, só pergunta. O acusado só pode apresentar a defesa quando chega à
Justiça”, disse o policial, destacando que, até o caso chegar aos tribunais, o
acusado pode ficar preso por dias sem que exista comprovação de seu
envolvimento no crime.
“Não seria mais prático fazer o relatório e
entregar para o Ministério Público que avalia e manda para o Judiciário? Teria
mais celeridade. Nos Estados Unidos, as coisas chegam a ser julgadas no mesmo
dia. Aqui, você chega às delegacias e tem pilhas de inquéritos acumuladas ao
longo de meses”, criticou Leal.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br