Marcelo Barbarena ( Fotos: Fabiane de Paula/arquivo
pessoal )
Depoimentos de
testemunhas e uma perícia complementar realizadas, na tarde e na noite de
ontem, contribuíram para a confissão de Marcelo Barbarena Moraes, 37, sobre a
culpa no assassinato da esposa e da filha de oito meses, ocorrido no último
domingo, em Paracuru.
A delegada Socorro Portela, diretora da
Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que hoje dará novas
declarações sobre o motivo da tragédia, praticada com um revólver calibre 38.
O caso se deu em uma
casa de veraneio que pertencia ao pai de Adriana Moura de Pessoa Carvalho
Moraes, 38. Ela e o marido receberam a visita do irmão dele, Rafael Moraes; e
da esposa, Ana Carolina Vilas Boas. O casal chegou de Porto Alegre e foi levado
pelos anfitriões à praia, onde passavam o fim de semana. Marcelo contou em seu
primeiro depoimento que fez um peixe para o jantar. Durante a noite tomaram
duas garrafas de vinho e meia de espumante, mas não ficaram bêbados. Revelou
que a esposa foi dormir com a filha deles de oito meses e ele dormiu em outro quarto
com a outra filha de sete anos. Somente pela manhã teria percebido que as duas
estavam mortas.
A versão do gaúcho foi rebatida pela Polícia,
que constatou diversas contradições nos depoimentos de Marcelo, Rafael e Ana
Carolina. "Os depoimentos pareciam ter sido combinados, mas encontramos
diversas brechas na dinâmica dos fatos e na cronologia", afirmou a
delegada.
Mesmo diante dos muitos
indícios que apontavam para que Marcelo Barbarena fosse o autor dos disparos,
ele afirmou sua inocência nos depoimentos que se arrastaram pela noite de
domingo e madrugada de ontem. No entanto, durante uma perícia complementar
feita na tarde de ontem, na residência em que o duplo assassinato aconteceu,
ele confessou que teria matado a esposa e a filha. "Ele era muito frio.
Não tinha derramado uma lágrima até então. Porém, no momento da confissão
chorou muito. Pediu perdão aos familiares da Adriana. Disse que estava
arrependido", afirmou a delegada.
O motivo do duplo homicídio ainda não foi
esclarecido. Socorro Portela disse que as oitivas de familiares e testemunhas
deverão ajudar na elucidação do que levou Barbarena a cometer o crime.
"Ele conta que discutiu com ela e não conseguiu dormir. Foi ao quarto, pegou
a arma que estava no armário e atirou nas duas. Diz que foi uma discussão
banal, mas 'deu uma loucura'. Ele afirma que sabe que nada justifica o ato que
cometeu", declarou Socorro Portela.
Fonte: diariodonordeste.verdesmares.com.br