Vídeo mostra o que acontece no local
Uma rodovia aparentemente íngreme, em meio à região
Seridó potiguar, vem dando o que falar. Mesmo desligados, veículos que deveriam
descer estão subindo. Para muitos, existe um campo magnético. Outros, apostam
em coisas do mundo dos mortos. E há quem acredite em influência extraterrestre.
Porém, segundo o professor Ricardo Rodrigues, que dá aulas de Física no
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
(IFRN), tudo não passa de uma ilusão de ótica.
O local onde carros e caminhões parecem estar
subindo quando deveriam descer fica na BR-226, mais precisamente no Km 231,
entre os municípios de Florânia e Jucurutu. A Inter TV Cabugi foi até lá e
conversou com motoristas que trafegam pela região. “Tô observando que o carro
tá subindo uma ladeira desligado, né? Aqui é uma subida, sim. Tá subindo”,
disse espantado o autônomo Erivan Pereira da Silva.
Jonas Guimarães trabalha como auxiliar. E ele
também se surpreendeu. “Todo mundo vê que aqui é uma subida, né? Era pra
descer, né?”, questiona. O motorista de alternativo Carlos Alberto Lopes ficou
abismado. Ele disse que o veículo dele pesa umas cinco toneladas. Ele desligou
o motor em meio à rodovia e esperou. “Olha, ele tá subindo. Se demorar um
pouquinho ele embala e vai mais rápido”, mostrou.
Muitos não têm explicação para o que acontece, mas
há quem arrisque um palpite. É o caso do instalador de forros de PVC Adson Braz
de Amorim. “Eu acredito que seja um campo magnético. Aqui tem muito ferro”,
disse ele. O motorista Carlos Alberto acredita em coisas do além. “O pessoal
comenta muita coisa. Dizem que o pessoal não gosta de parar o carro aqui. O
pessoal do além empurra de volta”, comenta.
Explicação
Apesar de todas as histórias que rondam o que
acontece na região, há uma explicação. O professor Ricardo Rodrigues acompanhou
a equipe de reportagem. “Se a gente estivesse neste plano horizontal veríamos a
descida, certo? Aqui neste outro ponto a inclinação já parece ser
menor”, mostra.
O professor fez alguns testes para provar que tudo
é uma questão de ilusão de ótica. Primeiro ele joga água no chão. O líquido vai
na mesma direção dos veículos. Depois ele coloca uma bola, que rola na
mesma direção. Nos dois casos, ele descarta a atração por magnetismo, já
que a água e a bola não são feitos de metal. Por último, Ricardo põe uma régua
no chão. O local em que a bolha de água fica indica o ponto mais baixo na
estrada, “ou seja, mais uma vez temos a confirmação de que, ao invés de uma
subida, a pista, na verdade, é uma descida”, afirma.
“Essa sensação se dá, justamente, pela nossa falta
de referência do plano horizontal. Esta referência a gente perdeu por causa do
relevo ao nosso redor. Na verdade, a gente não está contrariando nenhuma lei da
física”, conclui.
Fonte:
G1 RN