O rompimento de uma adutora no bairro de Campo Grande, na
zona oeste do Rio, matou uma criança de 3 anos, feriu outras 16 pessoas,
destruiu 17 casas e deixou 70 desalojadas. Mais 16 imóveis foram parcialmente
atingidos e 72 pessoas ficaram desabrigadas por alagamentos. No fim da manhã, o
governador Sérgio Cabral (PMDB) e o prefeito Eduardo Paes (PMDB) estiveram no
local e foram hostilizados por moradores.
O acidente com a tubulação da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) ocorreu por volta de 4h30, na rua do Encanamento, transversal à Estrada do Mendanha, uma das principais vias de Campo Grande. Bombeiros que chegaram ao local logo depois do acidente contaram que o jato de água atingiu uma altura de 20 metros. Trechos de pelo menos três ruas ficaram alagados e intransitáveis.
O acidente com a tubulação da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) ocorreu por volta de 4h30, na rua do Encanamento, transversal à Estrada do Mendanha, uma das principais vias de Campo Grande. Bombeiros que chegaram ao local logo depois do acidente contaram que o jato de água atingiu uma altura de 20 metros. Trechos de pelo menos três ruas ficaram alagados e intransitáveis.
A menina Isabela Severo da Silva morreu afogada ao ficar
presa debaixo de um muro, que desabou com a força da correnteza que se formou
no quintal da casa onde morava com a mãe, Rebeca Severo. Ainda em estado de
choque, Rebeca tentava liberar o corpo da filha ontem à tarde no Instituto
Médico-Legal. “É muito triste. Não tenho condições de pensar em mais nada. Cada
vez que lembro como minha filha morreu, fico ainda pior.”
Vizinho de Rebeca, o vigilante Mário Jorge Amaral, de 36 anos, acordou às 5h30 com pessoas gritando na Rua Projetada A, onde mora. Ao olhar pela janela, percebeu que a rua estava completamente alagada. “Olhei para o céu, mas não estava chovendo. E me perguntei de onde vinha aquela água toda. Fui à cozinha, e ouvi Rebeca, que mora na casa de trás, gritando por socorro. Saí para ajudá-la, mas meu quintal já estava com água na altura da cintura. Quando consegui pegar Isabela por cima do muro, a força da água derrubou a parede e a menina ficou agarrada. Tentamos tirá-la de lá por mais de 10 minutos, mas o nível da água continuou subindo... Foi muito triste. Coloquei minha família e Rebeca em cima da laje. Foi assim que conseguimos nos salvar.”
A menina foi retirada no local em um bote dos bombeiros, que tentaram reanimá-la. Ela já deu entrada no Hospital Estadual Rocha Faria com parada cardiorrespiratória. “Era uma menina alegre, carinhosa. Ontem mesmo estava na rua, vestida de noiva, brincando. É uma tragédia perder alguém assim”, desabafou Sônia dos Santos Silva, de 53 anos, avó paterna.
Entre os feridos, sete foram atendidos e liberados no local pelos bombeiros e nove foram levados para o Hospital Rocha Faria Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, até o fim da tarde sete pessoas tiveram alta. Uma menina de 8 anos passou por tomografia e seguia em observação, mas seu estado de saúde era estável. Já uma mulher de 56 anos, com crise hipertensiva, saiu do hospital à revelia. A maioria dos pacientes socorridos tinha escoriações
Cedae
Morador da mesma rua, o mecânico Agilson da Silva Serpa, de 42 anos, acordou com o barulho da água batendo nas telhas de sua casa, onde além dele dormiam a mulher, a enteada e o cunhado. Com escoriações e ferimentos leves, os quatro também foram resgatados de barco. “Pensei que fosse uma chuva forte, mas a força da água começou a arrancar as telhas de casa e a derrubar as paredes da frente. Corremos para os fundos, até que um jato forte nos arrastou para a rua. Despencamos do 2.º andar. Por sorte, a rua já estava inundada, o que amorteceu a queda.” De acordo com Serpa, a tubulação da Cedae estourou em um trecho que passa no terreno onde havia um matagal na Rua do Encanamento Ali recentemente teriam sido feitos trabalhos de terraplenagem com uma retroescavadeira.
O diretor de Operações da Cedae, Jorge Briard, explicou que pelo local passam duas adutoras com vazão de 3 mil litros de água por segundo cada uma. “Não é possível interromper de uma vez só toda essa massa de água. Caso contrário, haveria outros acidentes semelhantes em outros pontos da adutora. A equipe técnica ainda está analisando o que causou o vazamento”, disse Briard. Ele assegurou que a empresa vai reconstruir todas as casas destruídas com o rompimento da adutora.
Fonte: http://tribunadonorte.com.br