A
desarticulação de uma quadrilha que vinha praticando assaltos a bancos no
Interior do Estado, na semana passada, mostrou para as autoridades o poderio de
fogo dos criminosos e a forma articulada como os bandidos atuam em suas ações
delituosas.
O grupo, segundo as autoridades, já confessou participação em, pelo menos, cinco ataques nas seguintes cidades, Baturité, Redenção, Morada Nova, Pentecoste e Banabuiú.
O bando era formado por, pelo menos, 20 pessoas e destas, oito foram capturadas durante um cerco da Polícia Militar na localidade de Santa-Fé, na zona rural do Município de Redenção (63Km de Fortaleza). Com os oito acusados, a PM apreendeu parte do armamento do bando.
E entra as armas localizadas, um fuzil de uso militar, de calibre 7.62; além de cinco escopetas (calibre 12), quatro revólveres de calibre 38, além de uma pistola Ponto 40, de uso privativo das forças de segurança Pública.
Também chamou a atenção das autoridades policiais a forma fracionada como o grupo agia. "Cada um dos integrantes do bando tinha uma missão na hora dos ataques. Uma parte fazia a contenção da Polícia, isto é, utilizava meios violentos para impedir a ação da PM, seja atacando os destacamentos ou alvejando as viaturas, outra parte se encarregava de explodir os caixas com a colocação e detonação dos artefatos", explicou o comandante do Policiamento Metropolitano, coronel PM João Batista dos Santos, que comandou as diligências em Redenção.
Luís Evilázio da Silva Farias, 18, também participava diretamente do
ataque armado contra a Polícia Militar
José Alberto Vasconcelos, 31, portava armas de grosso calibre, como
fuzil e escopetas e foi capturado no cerco.
Naquiel Wendell Idalino Braga, 19, foi capturado junto com a mulher na
localidade de Boa Fé, em Redenção.
Francisca Nayane Ribeiro Idalino, 24, participava da quadrilha e já
havia sido filmada em plena ação do grupo.
O delegado Romério Moreira de Almeida, titular da Delegacia de Roubos e
Furtos (DRF) e responsável pela investigação do caso, explica que o
aprofundamento da investigação vai identificar outros componentes da quadrilha
que ainda não foram capturados. Segundo ele, ainda há a possibilidade de que o
grupo tenha agindo não apenas no Interior cearense, mas estendido as ações
criminosas para os Estados vizinhos. Essa hipótese foi também levantada pelo
comandante-geral da PM, coronel Werisleik Ponte Matias.
Já o secretário da Segurança Pública do Estado e Defesa Social do Ceará,
coronel Francisco José Bezerra Rodrigues, adverte que as investigações da
Polícia Judiciária e a intensificação das ações da PM no Interior não terão
trégua. "Desde 2011 a Polícia vem desarticulando quadrilhas que atuam
nessas ações de ataques a bancos. Vários grupos foram desarticulados. No ano
passado foram realizadas 122 prisões. Neste ano, já são 69 pessoas presas",
adverte Bezerra.
Explosões
A investigação que vem sendo feita pela Polícia já revelou a facilidade
que as quadrilhas vêm encontrando para obter explosivos destinados à destruição
de equipamentos eletrônicos nos bancos. Segundo as autoridades, a precária
fiscalização que é feita pelo Exército nas pedreiras e outros tipos de
canteiros de obras que utilizando artefatos faz com que sejam comuns os desvios
dos artefatos, que acabam sendo vendidos para os grupos criminosos que atacam
bancos.
No ano passado, a Polícia apreendeu várias toneladas de artefatos
plásticos que estavam estocados e sendo vendidos de forma irregular em
residências e depósitos no Município de Pacatuba, na Região Metropolitana de
Fortaleza. "Sem um rígido controle de uso e estocagem dos explosivos, esse
material chega fácil às mãos dos criminosos", disse um oficial da
PM.
Fonte: Diário Do Nordeste Via Blog Combate Policial.