Por Anderson Barbosa
Soldado José Gurgel, 29
anos, levou tiro de fuzil durante confronto em Apodi. Mulher conta que ele, mesmo de folga, saiu de casa para defender a cidade.
'Nós estávamos em casa, dormindo. Então começou o barulho dos tiros e eu pedi pra ele não
sair. Mas ele foi defender a cidade'. As palavras são da dona de casa Amália
Michele, mulher do soldado da Polícia Militar José Gurgel Pinto, de 29 anos,
baleado por tiros de fuzil na madrugada desta terça-feira (12) durante
confronto com criminosos que explodiram a agência do Banco do Brasil em Apodi,
cidade da região Oeste do Rio Grande do Norte. Dinamites foram usadas para
detonar o cofre principal do banco e cerca de R$ 800 mil foram
levados, segundo estimativa do delegado da cidade. O policial foi o
único ferido durante a troca de tiros. Segundo a mulher, Gurgel estava de
folga, mas mesmo assim decidiu ir às ruas para dar apoio aos colegas de farda.
Após ser baleado nas duas pernas, o soldado Gurgel foi
socorrido para o Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró. “Foram seis horas de cirurgia. Graças
a Deus ele está bem, mas os médicos ainda não podem garantir que ele vai
recuperar os movimentos”, disse a mulher.
Ao G1, Amália contou que
o tiro de fuzil fez um estrago muito grande na perna direita. A perna esquerda
foi atingida por estilhaços, mas não precisou de intervenção cirúrgica”,
explicou. “A perna direita ele quase perde. Foi preciso fazer toda a
reconstituição dos vasos sanguíneos. A princípio, os médicos disseram que está
descartada a possibilidade de amputação, mas também não há certeza quanto à
sensibilidade”, acrescentou.
Amália disse também que ainda não há prazo para que o marido deixe o hospital. “Vai ser uma recuperação muito longa, mas eu estarei aqui, do lado dele, para dar força neste momento muito difícil”, concluiu. Ela e o soldado são casados há um ano e não têm filhos.