Ao todo, 388 cidades tiveram a convocação de manifestos ontem
(20/06/2013) em todo o Brasil, incluindo 22 capitais e pequenos municípios. Mesmo com a
redução da tarifa do transporte público em 12 capitais, motivo primário
dos protestos, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas pelas mais
diversas causas, mas principalmente contra a corrupção, a PEC 37, a cura gay e
os altos custos da realização da Copa do Mundo no País.
Esses temas estavam aliados a críticas contra a corrupção e
um novo grito de guerra praticamente comum: “sem partido”. Militantes de
legendas que levavam bandeiras à concentração na Candelária, para a passeata do
centro do Rio, por exemplo, foram recebidos com vaias e palavras de ordem.
“O povo, unido, não precisa de partido”, gritaram os manifestantes apartidários para um grupo que levava bandeiras do PSTU, PCB e PC do B e descia a Rua Uruguaiana na direção à Avenida Presidente Vargas. “Sem partido”, repetiam os manifestantes contrários à partidarização. “Sem fascismo”, respondiam os militantes partidários.
“O povo, unido, não precisa de partido”, gritaram os manifestantes apartidários para um grupo que levava bandeiras do PSTU, PCB e PC do B e descia a Rua Uruguaiana na direção à Avenida Presidente Vargas. “Sem partido”, repetiam os manifestantes contrários à partidarização. “Sem fascismo”, respondiam os militantes partidários.
Em São Paulo, os protestos transcorreram de forma pacífica,
com pequenos incidentes, após o fechamento de cinco rodovias no entorno da
capital. O mesmo não ocorreu no Rio (onde os confrontos deixaram 22 feridos) e
em Porto Alegre (que teve registro de saques). Já em Salvador, houve confrontos
seguidos com a Tropa de Choque.
Ataque
Mas a cena mais violenta a marcar a noite foi a tentativa de invasão do Palácio do Itamaraty, em Brasília. A polícia tentou conter os invasores com gás, mas o prédio teve janelas quebradas e focos externos de incêndio.
Após duas semanas de protestos, foi o ataque mais violento a um centro de poder. Anteriormente, o Congresso, a Assembleia Legislativa do Rio, o Palácio dos Bandeirantes e o Edifício Matarazzo (sede da Prefeitura de São Paulo) haviam sido alvo de protestos - além de governos das principais capitais. Nesta quinta-feira, com novas bandeiras para o movimento sendo discutidas no Twitter e no Facebook e em meio às reivindicações sociais e políticas diversas que eram ouvidas, um novo grito de guerra parecia destacar-se: “sem partidos”.
Integrantes de partidos políticos foram proibidos de erguer bandeiras por todo o País e o PT viu fracassar a convocação de sua “onda vermelha”. Houve confronto até entre manifestantes dos “sem partido” e os do “sem fascismo”. Aliás, o caráter multifacetado do movimento já preocupa especialistas e analistas políticos, que falam em “mal-estar” da democracia no Brasil.
Em relação ao primeiro grande sucesso do movimento, a redução de tarifas, suas consequências ainda são difíceis de avaliar. O prefeito Fernando Haddad (PT), por exemplo, passou o dia fazendo contas. No fim do dia, havia pelo menos três hipóteses para cobrir o déficit financeiro provocado pela revogação do aumento da tarifa. Na lista estava postergar o lançamento do bilhete mensal, uma de suas principais promessas de campanha, previsto para novembro e com custo de R$ 400 milhões ao ano.