Os manifestantes acampados na esquina da Avenida Delfim Moreira com a
Rua Aristides Espíndola, no Leblon, na zona sul do Rio, próximo à casa do
governador do Rio, Sérgio Cabral, distribuíram pedaços de bolo para os
policiais militares, que estão no local para garantir a integridade de quem
participa do protesto Ocupe a Delfim Moreira e o fechamento da Aristides
Espíndola, entre a Delfim Moreira e a Rua General San Martin. É nesse trecho
que está o prédio onde mora o governador.
O bolo foi distribuído quando foram completadas 24 horas
de permanência dos manifestantes no local. “Essa comemoração representa uma
nova relação da população com a polícia, que aqui está agindo de maneira
democrática”, disse o estudante de direito da PUC Rio, João Pedro Menezes, um
dos organizadores da manifestação que, de acordo com ele, vai seguir até
segunda-feira. No fim da manhã e durante a tarde de hoje (22), muitos
manifestantes participavam do protesto junto com os filhos. Alguns com menos de
1 ano. As crianças brincavam em meio a cartazes, que entre outras mensagens
pediam mudanças na política do país.
A única ocorrência policial foi a prisão de um motorista, que
avançou o bloqueio da CET-Rio que isolava a manifestação na Avenida Delfim
Moreira. Ele foi levado para a delegacia de polícia número 14, no Leblon, e
preso por embriaguez ao volante e injúria por preconceito. O homem foi
encaminhado ao Instituto Médico-Legal, mas se recusou a fazer exame de
embriaguez. Ele pagou a fiança e foi liberado.
Na zona oeste da cidade, a Secretaria Municipal de Transportes,
por causa de uma manifestação, interrompeu o trânsito na Avenida das Américas
na altura da Estação Mato Alto. A interrupção suspendeu o serviço Santa Cruz –
Alvorada do BRT Transoeste, corredor de ônibus com 40 quilômetros de extensão
que liga bairros da zona oeste a alguns da zona norte.
Na praia de Copacabana, zona sul do Rio, a organização não
governamental Rio de Paz colocou na areia 500 bolas de futebol pintadas
com cruzes vermelhas. Elas representaram, segundo o presidente da entidade,
Antônio Carlos Costa, 500 mil homicídios que aconteceram nos últimos 10 anos no
Brasil.
Fonte: Agência Brasil