1. As manifestações têm o povo como protagonista, sem liderança
formal estabelecida. A pauta são as insatisfações com o Poder Público,
cristalizado nas decisões políticas dos governantes. Você tem este tipo de
insatisfação? Considere a resposta quando estiver atuando;
2. A doutrina de policiamento de choque não está sendo utilizada na
maioria dos casos. Após algumas ações desastrosas nos últimos dias, os governos
perceberam a dimensão das mobilizações e determinaram apenas o acompanhamento e
a garantia da realização dos protestos. Não tente bancar o “choqueano” sem
necessidade;
3. Sempre que possível, use o diálogo. Mostre que sua presença e a
presença policial visa garantir que a manifestação ocorra, e não reprimir
desnecessariamente a liberdade de expressão da população;
4. Seja simpático. Aceite as flores dos manifestantes. Se
conveniente, sorria. Se seguro e adequado, pose para fotos caso seja convidado.
Simbolize a polícia ao lado do povo;
5. Não tome atitudes isoladas de repressão. Caso alguém aja com
extremismo, lembre que a esmagadora maioria está ali para reivindicar
pacificamente, de modo que a agressão a quem não está praticando violência será
uma grande injustiça;
6. Não descuide de sua segurança. Há sempre a possibilidade do
policial ser tomado como símbolo do Estado, e algum extremista tentar lhe
agredir. Esteja sempre atento;
7. Lembre que o mesmo Estado que afaga atualmente as manifestações
(por verem sua força), tentou reprimi-las recentemente. A equação política,
agora, está invertida: quem tentar reprimir as manifestações não receberá
afagos;
8. Caso precise reprimir violência lembre-se, de ser proporcional,
justo e moderado;
9. Se informe sobre o que está acontecendo. Como policial, você tem
um grande potencial de mudança de paradigmas e posturas junto à sociedade;
10. Você faz parte das manifestações. Provavelmente defende as
mesmas causas (ou tem as próprias causas a defender). Nos protestos, a
diferença entre você e os demais cidadãos é funcional: você garante a segurança
para que os protestos ocorram. Os demais falam, gritam, suspendem bandeiras e
cartazes.
Fonte: ABORDAGEM POLICIAL (via Cabo Heronides ).