Fortaleza tem a 3ª maior frota de motocicletas do País.
Em número de motos, Fortaleza perde apenas para São Paulo e Rio de Janeiro; já o Ceará tem a maior quantidade do NE
Fortaleza. possui a terceira maior frota de motos no País, com cerca de 188.500 veículos emplacados, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro, conforme dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Em todo o Ceará, são mais de 845 mil motocicletas, a maior quantidade do Nordeste.
A principal preocupação das autoridades ao avaliar estes números é o número de acidentes envolvendo condutores e garupeiros deste tipo de transporte. Dados da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) revelam que 566 pessoas morreram em acidentes motociclísticos no Estado em 2011. Em 2010, foram 690 vidas perdidas. Em Fortaleza, apenas em janeiro e fevereiro deste ano, 1.490 vítimas de acidentes de moto deram entrada no Instituto Doutor José Frota (IJF), referência no atendimento de traumas. Em 2011, 7.985 pacientes foram atendidos na unidade.
Mais segurança
No Congresso Nacional, tramitam projetos de lei para aumentar a lista dos itens de segurança para motociclistas, objetivando a diminuição dos números e a gravidade de ferimentos decorrentes de acidentes.
O atual Código de Trânsito Brasileiro obriga todo condutor e passageiro de motocicleta a transitar utilizando capacete e vestuário de proteção, de acordo com as especificações do Conselho Nacional de Trânsito. O problema é que estas regras de vestuário ainda não estão claramente definidas.
Projetos que pretendem regulamentar esta situação estão sendo analisados na Câmara dos Deputados. Alguns estabelecem o uso obrigatório de joelheiras, cotoveleiras, botas e coletes e propõem a utilização de coletes infláveis de proteção, do tipo "airbag". As propostas aguardam o despacho da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara.
Opinião
Para os profissionais de saúde e de controle do trânsito, as medidas protetivas podem até surtir um efeito positivo, mas é preciso atentar para a realidade social.
O diretor executivo do IJF, Casimoro Dutra, reconhece que as propostas podem trazer um benefícios. Entretanto, para ele, a maioria dos atendimentos poderia ser evitada com o cumprimento da legislação atual. "Uma nova lei é de bom tom, mas primeiro é preciso pelo menos fazer valer as que já existem", alerta o diretor.
O presidente da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania de Fortaleza (AMC), Fernando Bezerra, admite a vantagem de se ter mais artifícios de proteção. No entanto, ele apoia um reforço maior no cumprimento das atuais leis. Conforme o presidente, o uso de tantos mecanismos não é exigido em nenhuma cidade do mundo e a exigência pode se tornar inviável por conta dos custos.
A importância do uso de alguns itens é reconhecida entre os próprios usuários, mas a viabilidade da lei é questionada. Cícero Bastos, 34, moto-taxista, discorda do uso obrigatório da jaqueta e da calça. Não é prático e o calor nas ruas causaria um incomodo ainda maior. "As joelheiras, cotoveleiras, luvas e principalmente uma proteção para o pescoço já resolveriam o problema", sugere.