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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Santo Antônio abre calendário junino

 

Toda uma mistura da tradição e da cultura do povo nordestino, passando pelo lado profano, folclórico e até o religioso, cria o clima dos festejos juninos no meio do ano, cuja largada ocorre hoje, véspera do Dia de Santo Antonio, considerado pela crendice popular como o “santo casamenteiro”.

Santo Antonio é padroeiro de diversos municípios do Rio Grande do Norte, mas em  Natal as comemorações acontecem na paróquia do Parque dos Coqueiros, cujo padroeiro é Santo Antonio de Pádua e ainda na conhecida Igreja do Galo, que embora vinculada à paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, também tem a sua programação religiosa.



A Igreja do Galo ou de Santo Antonio é administrada pelo convento dos Capuchinhos e já na manhã desta quarta-feira eles realizam uma missa em homenagem ao “Dia dos Namorados”, data comemorada hoje. “Depois teremos o café da manhã com os pobres e faremos a distribuição de sacolões para 160 famílias cadastradas, como já é feito mensalmente, além da distribuição e brindes”, explica o frei José Xavier da Paixão.

Já na missa das 19 horas, celebrada pelo padre José Campos, da Paróquia de  São Sebastião, no Alecrim,  ocorrerá a benção dos namorados. Amanhã, Dia de Santo Antonio, estão previstas três missas, uma a partir das 6h30, celebrada pelos frades Capuchinhos, enquanto às 10h30 a missa será presidida pelo arcebispo metropolitano de Natal,   dom Jaime Vieira Rocha. Finalmente, à noite,  a missa terá a celebração do ministro provincial da Fraternidade dos Capuchinhos, frei Francisco Barreto.

O frei José Xavier da Paixão admite que em relação a Santo Antonio, acender fogueira “não tem tanta tradição” como na época do  São João ou mesmo São Pedro, datas comemoradas nos dias 24 e 29 de junho. “Mas deveria ter”, complementou ele, para explicar que a fogueira tem um simbolismo “de transformação e de uma nova luz”.

Frei José da Paixão disse, ainda, que o acendimento da fogueira era uma forma de comunicação dos povos antigos, como ocorreu durante o êxodo dos hebreus do Egito, de anunciar os acontecimentos da época. Quanto ao Cristianismo, a fogueira significa tempos de alegria e de uma nova luz que se acende: “Toda a simbologia dos santos não é em  cima deles, mas a de levar às pessoas a Jesus Cristo”.

Os povos antigos contam que a fogueira simboliza a proteção dos maus espíritos, que atrapalhavam a prosperidade das plantações. Hoje, algumas pessoas do interior fazem festa em volta da fogueira para agradecer as colheitas. Pouca gente sabe, mas a fogueira quadrada é acesa para Santo Antônio, a redonda para São João e a triangular de São Pedro.