Aproximadamente 100 ex-policiais militares que atuaram em Mossoró estão buscando se reintegrar à corporação. Os ex-policiais afirmam que foram excluídos do quadro da segurança pública de forma arbitrária, após terem sido perseguidos e sofrido pressão física e psicológica durante as décadas de 1980 e 1990, período em que foram desligados.
Com o objetivo de mobilizar a sociedade, os ex-militares formaram uma comissão composta por cinco ex-integrantes da corporação militar do Rio Grande do Norte: Raimundo Silva, Cardoso Veras, Edson Vieira, Edvan Peixoto e Emídio Soares, que revelam não terem obtido resposta de representantes do Governo do Estado quanto aos pedidos de agendamento de uma conversa com a chefe do Executivo estadual, Rosalba Ciarlini, onde seriam debatidos os pontos referentes à reintegração dos ex-servidores.
"Nós fomos obrigados a sair da corporação, pois sofremos torturas física, psicológica e emocional. Na época, não tínhamos consciência dos nossos direitos, mas vimos que ao longo desse período alguns de nossos colegas retornaram ao exercício de suas atividades e constatamos que esse é um direito nosso. Estamos promovendo essas mobilizações para que o governo pelo menos se manifeste e possa nos ouvir", destaca o ex-policial Edvan Peixoto.
Os "excluídos" reforçam que contam com o apoio de órgãos como a subseccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e da Associação de Praças de Mossoró e Região (Apram). "Nós queremos chamar a atenção dos governantes e para isso tentamos agendar uma audiência com a vice-prefeita Ruth Ciarlini, que é uma ponte para chegarmos à governadora Rosalba, mas não tivemos êxito, não obtivemos resposta", conta um dos ex-PMs.
A comissão realizará hoje, 27, a partir das 15h, na sede da Apram, uma reunião com todos os policiais desligados que solicitam a reintegração, na oportunidade será discutida a realização de um evento que, segundo os ex-PMs, irá mobilizar toda a cidade. "Nós vamos à luta e essa movimentação não se restringirá somente a Mossoró, pretendemos levar a mobilização também para Natal", relata Edson Vieira.
Ainda segundo a comissão formada por ex-integrantes da Polícia Militar, eles abrem mão dos retroativos referentes ao período em que não estiveram executando suas funções. "Queremos somente uma reintegração digna e justa", enfatiza Edvan Peixoto.
O ex-PM Raimundo Silva destaca também que a reintegração dos policiais custaria bem menos aos cofres do Governo do Estado do que a realização de curso preparatório para novos PMs. "Os cursos duram em média de seis a oito meses, e com uma reciclagem de 30 dias estaríamos prontos para voltarmos a atuar. Estamos preparados e somos experientes, conhecemos a realidade da segurança na cidade", conclui.