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sábado, 28 de janeiro de 2012

Revista no Pavilhão 1 de Alcaçuz encontra celulares, facas e até uísque.

Procedimento foi realizado durante toda a manhã desta sexta-feira.


O pavilhão 1, considerado mais problemático da penitenciária estadual de Alcaçuz, passou por uma grande revista, na manhã desta sexta-feira (27), e os agentes e policiais militares conseguiram apreender uma grande quantidade de celulares, facas artesanais, drogas e até mesmo uísque. O pente-fino começou por volta das 7h30 e terminou por volta das 11h30.

Tenente-coronel Zacarias Mendonça, diretor de Alcaçuz.

O diretor do presídio, tenente-coronel Zacarias Figueiredo de Mendonça Neto, explicou que esse procedimento faz parte de um processo de controle interno. O diretor assumiu a unidade nesta semana, após ser nomeado para o lugar do major Marcos Lisboa, exonerado depois que 41 detentos fugiram pelo Pavilhão 5, na noite de 19 deste mês.

“Como estamos assumindo Alcaçuz, precisamos conhecer cada setor e saber o que vamos encontrar lá. No início da semana, iniciamos o processo de limpeza, retirando grades quebradas e lixo. Agora, estamos começando o trabalho de revistas para apreender material ilícito usado pelos presos”, destaca o coronel Zacarias Mendonça.

Com isso, ele solicitou apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que enviou dezenas de homens para Alcaçuz, na manhã de hoje. Eles auxiliaram aos agentes penitenciários na revista dentro das celas. Todos os 218 presos que estão no Pavilhão 1 foram retirados para a quadras e colocados sentados um ao lado do outro, todos sem roupas.

Enquanto isso, os agentes revistaram cada uma das 40 celas que existem naquele setor da maior penitenciária estadual do Rio Grande do Norte. O resultado do pente-fino foi o já esperado pela direção do presídio. Até o fim da manhã, os agentes retiraram 20 celulares e mais de 20 trouxinhas de maconha com tamanhos variados.

Além disso, foram encontradas nove facas artesanais, feitas pelos presos com pedaços de ferros ou até mesmo com laminas de facas industriais. Também foram apreendidos dezenas de chips de telefonia móvel, bem como carregadores. Outro detalhe que chamou atenção do coronel Mendonça foi a apreensão de bebida alcoólica.

“Durante a revista, encontramos uma garrafa pet contendo dois litros de uísque. Isso mostra o grau de liberdade que alguns presos têm, daí, a importância de se revistar para tentar impedir que isso se repita”, lembra o diretor de Alcaçuz. Até mesmo uma máquina artesanal para fazer tatuagens foi retirada de dentro de uma das celas do Pavilhão 1.


Outro objeto que chamou atenção foi um pen-drive. Ele foi apreendido e será analisado pela polícia para que possa se descobrir seu conteúdo. No entanto, os agentes desconfiam que o pen-drive estava sendo usado para que os presos pudessem ouvir músicas em pequenas caixas de som com entrada para o dispositivo.

A revista resultou ainda na apreensão de vários cadernos com anotações, como, por exemplo, controle de valores e preços de drogas que seriam comercializados dentro da própria unidade. Além disso, as agendas contêm diversos telefones tanto de presos quanto de pessoas que estariam fora da penitenciária.

O diretor de Alcaçuz não divulgou quantos homens da Polícia Militar participaram da revista, alegando questões de segurança. Ao final do pente-fino, pelo menos cinco presos foram retirados do Pavilhão 1 e levados para o setor de Adaptação do presídio. De acordo com o tenente-coronel Zacarias Mendonça, isso aconteceu porque eles estavam desobedecendo as ordens para sair das celas.

Em relação à punição para os detentos responsáveis pelos celulares e drogas encontradas, o diretor disse que todo o material será analisado para que esses presos possam ser identificados. A princípio, a divisão do material encontrado foi feita apenas por celas, a partir daí, é que poderá se identificar o dono de cada material.

Após a grande revista no Pavilhão 1, o diretor de Alcaçuz pretende repetir o procedimento nas outras alas da unidade, já a partir da próxima semana. Nesta sexta-feira (27), completou uma semana da maior fuga da história da penitenciária de Nísia Floresta. No total, 41 detentos conseguiram escapar do Pavilhão Rogério Coutinho Madruga (Pavilhão 5).