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sábado, 12 de novembro de 2011

Falta de estrutura deixa Polícia Civil ausente em 30 municípios


Diagnóstico feito por associação de delegados revela deficiências graves de infra-estrutura e pessoal na instituição

Um diagnóstico da estrutura física e pessoal da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, feita pela Associação dos Delegados de Polícia do estado (Adepol/RN) revela que em 30 municípios potiguares inexiste a presença da polícia judiciária em todos os aspectos.
Ou seja, não há sequer um prédio próprio, quanto mais viatura, armamento ou efetivo trabalhando nesses locais. "As condições de trabalho na maioria das delegacias do interior são mínimas. A situação atual é crítica, estamos na iminência do colapso", adverte a presidente da Adepol, a delegada Ana Cláudia Gomes. Essa situação foi exposta ontem no 2º Fórum da Situação das Delegacias do RN, que reuniu delegados e o secretário estadual de Segurança Pública e Defesa Social, Aldair da Rocha. Por sua parte, o secretário promete investimentos na estruturação das unidades distritais de Natal e a nomeação de 60 dos concursados de forma emergencial até o final do ano.

Ana Cláudia Gomes diz que desde o ano passado aassociação tem feito um estudo da situação da Polícia Civil com o objetivo de mostrar ao governo estadual as necessidades da instituição antes da nomeação dos concursados. "Precisamos de investimentos na nossa estrutura para que os novos policiais tenham como trabalhar quando forem convocados. Não basta só a nomeação", avisa.


Conforme a delegada, o estudo aponta que há 124 municípios onde o efetivo da Polícia Civil está incompleto. Isso significa que há o prédio da delegacia, mas ela não conta com uma equipe suficiente de agentes, escrivães ou delegado. Em 85 cidades não há armas para os servidores da polícia judiciária; 90 não têm viaturas disponíveis para a instituição; e em 50 não existe sequer arma, viatura ou efetivo, apenas um prédio ocupado por policiais militares. "Infelizmente, em boa parte dos municípios do interior potiguar são os PMs que fazem o nosso papel".


Outro problema apresentado por Ana Cláudia é a quantidade insuficiente de delegacias distritais na capital do RN. Há cerca de 15 anos que Natal conta com apenas 15 delegacias. "E desde então, ao invés da estrutura ter crescido, na verdade, encolheu". Segundo a delegada, a sugestão da Adepol é a criação de pelo menos sete novas delegacias na capital e uma reorganização das áreas de atuação dos distritos policiais. "Essa redistribuição do espaço de circunscrição será feita a partir de um estudo que aponte os índices de violência e o número de habitantes por área de atuação", explica a delegada. Ainda entre os problemas citados está o da utilização de viaturas da Polícia Civil por parte da PM, inclusive abastecidas com recursos da polícia judiciária.


Raio-x

- Em 30 municípios potiguares inexiste a presença da polícia judiciária em todos os aspectos. Ou seja, não há sequer um prédio próprio, nem viatura, armamento ou efetivo trabalhando nesses locais.

- O estudo aponta que há 124 municípios onde o efetivo da Polícia Civil está incompleto. Isso significa que há o prédio da delegacia, mas ela não conta com uma equipe suficiente de agentes, escrivães ou delegado. 

- Em 85 cidades não há armas para os servidores da polícia judiciária;

- 90 não têm viaturas disponíveis para a instituição; 

- Em 50 não existe sequer arma, viatura ou efetivo, apenas um prédio ocupado por policiais militares.

- Há 15 anos Natal conta com apenas 15 delegacias.