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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Estradas do Rio grande do Norte estão precárias












                                                                                  

Situação é mais grave nas rodovias sob responsabilidade do Governo do Estado

 A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou anteontem o 15º levantamento que aponta a situação da malha viária do Brasil. No Rio Grande do Norte, foram analisados 1.762 quilômetros de rodovias federais e estaduais e constatou-se que 68,2% desses estão em situação regular, ruim ou péssima. A situação é mais grave nas rodovias sob responsabilidade do Governo do Estado. A entidade sindical aponta ainda que o Poder Executivo precisa de quase R$ 500 milhões para recuperar e restaurar os trechos problemáticos. A verba, segundo Demétrio Paulo Torres, diretor geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), não existe.

O estudo analisou quase que a totalidade das rodovias federais (BRs) que cortam o RN. Dos 1.500 quilômetros existentes, foram estudados 1.431. As visitas dos técnicos da CNT, Serviço Social do Transporte (Sest) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), aconteceram no período de 27 de junho a 4 de agosto deste ano e foram analisados aspectos como pavimentação, sinalização e geometria das estradas. Também foram observados 331 quilômetros de rodovias estaduais (RNs). O estudo concluiu que as piores estradas do Estado são as RNs 079, 233 e 110.

A TRIBUNA DO NORTE tentou entrar em contato, durante a tarde de anteontem, com os técnicos do DER para comentarem o assunto. Através da assessoria de imprensa, fomos informados que o diretor geral do órgão não poderia atender a equipe de reportagem e o engenheiro responsável pelo setor de obras estava doente. Porém, em matéria publicada na edição do último dia 18 de outubro, Demétrio Torres afirmou que não há projeto de reconstrução das estradas para este ano "devido a absoluta falta de recursos para reconstruir".
Enquanto não há recursos suficientes, o Governo insiste numa solução paliativa: a operação tapa-buracos. O próprio diretor reconhece a ineficiência da manobra. "O tapa-buraco não é a solução. A solução é a reconstrução, mas não há recurso". A expectativa é de que, no próximo ano, parte do empréstimo contraído pelo Governo junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), no valor de R$ 540 milhões, aprovado pela Assembleia Legislativa, além de emendas parlamentares, sejam usados nas construções.

A reportagem também tentou ouvir o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) no RN, porém, não obteve sucesso junto à assessoria de comunicação. A CNT estima que, no Estado, em relação às vias, são necessários R$ 2,45 milhões para reconstruir os trechos considerados péssimos. Para restaurar os trechos com trincas, buracos, ondulações e afundamentos, são precisos R$ 79,88 milhões. Para fazer a manutenção nos trechos desgastados, seriam necessários mais R$ 416 milhões.

REGIÕES - O Sudeste mais uma vez lidera o ranking entre as regiões com a melhor avaliação do CNT. Lá, do total de 26.778 quilômetros avaliados, 24,6% são classificados como ótimo; 30,7% como bom; 28,2%, regular; 13,2%, ruim e 3,3%, péssimo. O Sul aparece em segundo lugar. Os técnicos avaliaram 16.199 quilômetros na região e constataram que 19,7% das estradas estão em  ótimo estado. No Nordeste, os técnicos estudaram 25.820 quilômetros e  classificaram 3,8% das estradas como ótimas.
14.151 quilômetros da região Centro-Oeste foram analisadas e 6,4% estão em ótimas condições. Na lanterninha do ranking, está a região Norte. Foram analisados 9.799 quilômetros e apenas 0,8% das estradas receberam avaliação positiva.

O problema nas estradas potiguares não se limitam a falta de verbas para restaurações. Faltando pouco mais de dois meses para finalizar o ano, projetos considerados fundamentais para melhorar a mobilidade urbana do Rio Grande do Norte avançaram pouco este ano. O Programa de Construção de Rodovias, autorizado no início do ano passado, para construção de 400 quilômetros de novas pistas, esbarrou na falta de recursos.

Fonte: http://www.gazetadooeste.com.br/index.php?area=exibir_noticia&id=3128